Quem acompanha os TOP MV'S do Annyeong Brasil já deve saber que não sou muito fã de girl groups no Kpop. Principalmente dos que tem o conceito fofo. No entanto, Produce 48 está fazendo com que eu repense essa opinião...
Antes de continuar, irei explicar um pouquinho sobre o programa para quem ainda não conhece:
Produce 48 é um reality show de sobrevivência da Mnet. É um projeto de larga escala em que o público "produz" um girl group escolhendo as integrantes entre 96 trainees do Japão e da Coreia do Sul, bem como o conceito, nome e música de estreia do grupo. É uma colaboração entre o formato coreano Produce 101 e o grupo japonês AKB48. O programa estreou em junho de 2018.
Eu não assisti as temporadas anteriores (aka Produce 101), que foram responsáveis pelos grupos I.O.I e Wanna One, portanto, ainda não compreendo muito o formato e nem as fases do reality show. Mas o que vim falar aqui é: como esse programa está mudando a minha forma de pensar sobre os girl groups no Kpop.
Não curto muito girl groups devido ao conceito fofo, onde as meninas - em sua maioria - são meigas demais e passam uma imagem "frágil". Não gosto desse conceito nem em filmes, séries e livros. Não me identifico. Prefiro algo meio girl power.
Decidi assistir Produce 48 por curiosidade, até mesmo por saber que nessa temporada haveriam trainees de dois países um pouco diferentes em relação aos idols.
No Japão, o foco é divertir o público. Os idols não precisam ser os melhores em dança, canto e/ou trabalho em equipe. Pelo menos, foi isso que foi explicado nos dois primeiros episódios do programa. Já na Coréia, os artistas precisam ser completos em todos os aspectos citados acima. E é nítida essa diferença a cada avaliação apresentada.
E foi aí que o programa de sobrevivência despertou o meu interesse em continuar assistindo-o. Ao contrário do que eu pensava, não teve muito "mimimi". Tiveram muitas lágrimas, sim. Mas surpreendeu-me ao mostrar outro lado da personalidade dessas meninas: elas podem ter aparência de bonecas, mas são fortes e determinadas como um touro.
Em meio a choros, elas ficam sem dormir e se esforçam ao máximo para correr atrás dos sonhos. Tem algo mais girl power do que isso?! Mesmo ouvindo que não são boas o suficiente, não vi até agora alguém desistir da vontade de ser idol. Como exemplo disso, cito a Miyawaki Sakura.
Sakura pode estar um pouco longe de ser uma idol como muitas coreanas ali do programa, mas em apenas 2 episódios, mostrou que cantará até em espanhol se preciso. A única japonesa a receber um "A" dos mentores na fase da primeira avaliação, embora tenha gerado polêmica por ter alcançado essa nota, mostrou que tem o principal para prosseguir na competição: a humildade de aceitar que não sabe muitas coisas e que precisa se esforçar ainda mais para ser uma idol respeitada.
Não discordo de sua nota. Levando em consideração a cultura japonesa em relação ao idol não precisar ser o melhor nos aspectos de dança e canto, ela foi uma das melhores dentre as trainess japonesas. Agora, se ela irá manter uma constante evolução - que é mais do que necessária - para que chegue ao nível de algumas trainees coreanas e consiga participar do grupo final do Produce 48, aí é outra história.
Ainda estou assistindo aos episódios e imagino que ainda acontecerão muitas coisas até que o grupo final esteja definido. Mas não acredito que voltarei atrás na opinião de que essas trainees (assim como muitas outras e até mesmo as idols que já debutaram), independente do conceito do grupo, merecem respeito. Merecem divulgar o seu trabalho - mesmo que para um grupo específico de pessoas - e serem reconhecidas. Conceito fofo não é significado de um trabalho frágil, sem dedicação e sem talento. Conceito fofo é isso: apenas um conceito, uma noção, uma ideia.
E com isso, posso dizer: prestarei mais atenção aos girl groups que estão por aí e os que ainda irão surgir. Vale a pena dar uma oportunidade. ;)
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